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  • Foto do escritorCamila, @BrasileirasdoMundo

Larissa Xavier, Estados Unidos 🇺🇸

Brasileiras Do Mundo: Quando e por que você decidiu morar no exterior?


Larissa: Não foi uma decisão nada planejada com antecedência mas aconteceu assim. Antes de fevereiro de 2016 eu não tinha planos concretos de morar fora, apenas uma vontade, mas por uma condição financeira apertada, sempre foi mais vontade até do que sonho idealizado. Dia 7 de fevereiro de 2016, durante o bloco de carnaval “Domingo Ela Não vai”, que tava rolando no viaduto do Chá, bem no do centro de São Paulo, eu conheci através de amigos em comum, um cara chamado Johnnys, mas que apesar do nome, era brasileiro.


Nos aproximamos e papo vai e papo vem ele me contou que estava no processo de ir como estudante pra Australia. Tudo ok, afinal seria uma ficada. Ficamos. E na verdade passamos aquele domingo todo até de madrugada curtindo juntos. Parecia que nos conhecíamos há anos - tanto que ele comeu 3 cachorros-quentes na minha frente. Trocamos telefone e fomos nos comunicando. Com o passar dos dias fomos ficando cada vez mais próximos e mais próximo estava o dia dele enviar os documentos do processo de visto.


Cheguei em casa e apenas comuniquei que meu ficante de apenas 2 meses estava me convidando pra ir pros EUA e que eu ia, mas não sabia quando iria voltar.

Antes mesmo de ele aplicar de fato, ele me disse que seria a segunda vez aplicando pra esse visto, mas dessa vez, caso fosse negado novamente, ele iria então mudar o destino. Ele tinha uma prima já morando fazia um tempo em Massachusetts, nos Estados Unidos, e já estava esquematizado com ela pra ir pra lá caso não rolasse mesmo a terra dos cangurus. O que eu não mencionei antes foi que logo em Março eu fui demitida do trabalho “inesperadamente”. Então eu até tava perdida com o que ia fazer da minha vida e com aquele amor que estava nascendo com alguém que tecnicamente iria partir em pouco tempo. Pois bem, quando ele anunciou isso da possibilidade de ir pra casa da prima dele, e acabou por me convidar. Disse já que você não tem mais impedimento de trabalho, você vai comigo e ambos vemos o que vai dar. Quando foi meio de Maio, eis que estávamos no carro dele somewhere e ele recebe a ligação da agência do visto “ - Johnnys seu visto foi negado novamente”. Ele desligou e disse: “É isso vamos embora para os Estados Unidos”.


Cheguei em casa e apenas comuniquei que meu ficante de apenas 2 meses estava me convidando pra ir pros EUA e que eu ia, mas não sabia quando iria voltar. Resultado? Em 12 de junho ele me pediu em namoro oficialmente (até pq né) e em 20 de junho de 2016 embarcamos pros EUA. A princípio era pra, primeiramente viver esse amor (brincadeira mas foi também rs), mas foi pra estudar inglês e trabalhar um tempo pra levantar uma grana. O que era pra ser “só isso”, tem sido 5 anos. Em janeiro de 2017 mudamos pra NYC e desde então vivemos aqui.




BDM: Quais as maiores dificuldades que você encontrou no seu país de destino?


L: Primeiramente, segundamente, foi o inglês! Eu não falava nada! Apenas o básico tipo “how are you/ thank you”. A língua foi bem desafiador. Segundo, entender que a partir dali eu era uma imigrante e isso é muito pra se levar em consideração na dinâmica do país. Terceiro foi morar com pessoas bem diferentes, sendo que éramos um casal, até conseguirmos um lugar só para nós dois.

BDM: Do que mais sente saudade no Brasil?


L: Da minha família/amigos/comida. Não sinto mais saudade de como é viver no Brasil em si, a não ser pelo fato de ser cidadã e me sentir integrada tolamente na cultura, e questões burocráticas serem naturais de resolver sendo brasileira vivendo em seu próprio país.


BDM: Quais são as coisas das quais você mais se orgulha?


Segundo, consegui um visto de trabalho/artista (sou escritora) vindo de muito suor, choro, e humilhação

Primeiro que em 6 meses meu inglês evoluiu do nada para intermediário, só trabalhando como garçonete. Acho que só fiquei/me senti fluente depois de 4 anos, mas isso me orgulho pq eu estudei por conta própria, lendo e escrevendo e conversando até com quem estava no ponto de ônibus haha. Segundo, consegui um visto de trabalho/artista (sou escritora) vindo de muito suor, choro, e humilhação. Mas I did it! E terceiro, alugar/morar em Manhattan num apartamento só meu e do meu marido, a paz sem roommate que não se compra.


BDM: Dicas para mulheres que pensam em sair do Brasil?



L: Coragem, força e esperança. Cara, nenhum dia foi, tem sido 100% fácil, mas ainda sim, vale muito a pena. Eu sou do tipo obstinada (Touro com ascendente em Capricórnio e Meio do Céu em Virgem!), então quando meto algo na cabeça eu vou a luta, vou pra cima pra conquistar. Ser imigrante é ser uma guerreira. Então, foque na malhação mental, corporal e espiritual que é possível sim alcançar seus objetivos, mesmo que eles de repente “venham do nada” (como o meu que nasceu de um amor de carnaval). E claro, nunca se desapegue do Universo, dos sinais divinos que vão nos guiando ao longo do caminho. * Todas as histórias publicadas aqui são reais e oferecidas pelas entrevistadas de forma voluntária. O Brasileiras do Mundo não se responsabiliza pelo conteúdo dos depoimentos.

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