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Foto do escritorCamila, @BrasileirasdoMundo

Juliana, França 🇫🇷

Brasileiras do Mundo: Quando e por que você decidiu morar no exterior?


Juliana: Me mudei em setembro de 2015 porque na época o meu noivo era francês e ele não queria morar no Brasil. O acordo foi de casarmos e morar um ano na cidade onde ele morava, interior do interior, e se eu não me adaptasse poderíamos nos mudar para qualquer lugar. No fim não me adaptei, pedi para mudarmos para a capital e ele recusou. O casamento durou menos de 3 anos. Quando eu decidi me separar eu saí da cidade onde eu morava e não conseguia emprego (só trabalhava na Internet fazendo tradução) e me mudei para uma cidade maior, ainda no interior, mas bem movimentada e com comércio, gente, vida. Pela primeira vez fiz amigos e comecei a amar a França. Hoje ainda ainda moro nessa cidade e fui adotada pela população local. Adoro a minha vida, tenho amigos, faço parte da comunidade e tenho um namorado com quem estou construindo a nova etapa da minha vida.

BDM: Quais as maiores dificuldades que você encontrou no seu país de destino?


Uma dificuldade é lidar com o estereotipo de mulher Brasileira fácil, que dorme com todos os homens. Isso sempre é um problema.


J: A de ser vista como imigrante coitadinha , sem estudos (já me perguntaram se eu já vi um dicionário), que não entende das coisas. O menosprezo e a xenofobia subconsciente que a maioria tem, é ainda hoje um grande obstáculo. Se você mostra que sabe muito, eles não gostam e te acham esnobe, fazem questão de te colocar para baixo. Se você não mostra que você sabe das coisas, você é tida como desinteressante.E outra dificuldade é lidar com o estereotipo de mulher Brasileira fácil, que dorme com todos os homens. Isso sempre é um problema.



BDM: Do que mais sente saudade no Brasil?


J: Tirando a família e amigas, os dias de sol e vento fresco. Eu ainda consigo sentir a sensação de acordar num sábado de sol e passear na rua com a minha cadela e ter aquele calor do sol e vente da manhã no rosto. O ano todo!

BDM: Quais são as coisas das quais você mais se orgulha?


J: De ter aberto a minha micro empresa de turismo e ter conseguido me readaptar durante a pandemia. Também me orgulho de ter sido adotada pela população local, de me verem como uma deles. E finalmente de ter aprendido sobre o vinho e ter a oportunidade de participar da produção tanto na agricultura como na vinificação e venda. Na foto abaixo, estou fazendo a pisa das uvas. Foi um momento incrível!


BDM: Dicas para mulheres que pensam em sair do Brasil?



Não esqueça de procurar um lugar onde você se sinta em casa, isso fará toda a diferença.

J: Ser Brasileira, ter suas raízes e valores fazem parte de você. Mas não se feche a sua nova pátria e nem fique amarrada ao passado. Esteja aberta a receber o seu novo país porque sempre vai ter quem te acolha. Leve o sorriso, leveza e o sol do Brasil aos novos amigos que você vai fazer. Eles ficarão encantados e esteja aberta a entender eles e as suas manias e hábitos. Estranhar é normal, procure não se chocar. E não esqueça de procurar um lugar onde você se sinta em casa, seja uma igreja, uma academia, uma aula de dança, isso fará toda a diferença.

* Todas as histórias publicadas aqui são reais e oferecidas pelas entrevistadas de forma voluntária. O Brasileiras do Mundo não se responsabiliza pelo conteúdo dos depoimentos.

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