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  • Foto do escritorCamila, @BrasileirasdoMundo

Juliana Churcher, Inglaterra 🏴󠁧󠁢󠁥󠁮󠁧󠁿


Brasileiras do Mundo: Quando e por que você decidiu morar no exterior?

Juliana: Desde muito nova tinha o sonho de morar fora do país. Digo "sonho" porque condições financeiras mesmo, nunca tive. Sempre sonhei em poder ter qualidade de vida e poder conquistar coisas maiores e melhores. Então aos 19 anos surgiu a oportunidade de vir para Londres - até então a passeio para visitar minha irmã, que já morava aqui. Claro que foi amor à primeira vista. Como não se apaixonar por Londres? Queria ficar mas não sabia nem por onde começar, estava fazendo faculdade de jornalismo no Brasil, tinha acabado de terminar um relacionamento, e como já mencionei não tinha condições financeiras...Sentei com minha irmã para tentarmos achar uma solução e aplicar para o visto “extensão de família”, que naquela altura parecia a coisa mais próxima de garantir o meu futuro na Inglaterra. E foi aí onde basicamente tudo começou, voltei para o Brasil, tranquei a faculdade, arrumei minhas malas e seis meses depois vim viver essa aventura que é ser imigrante.

BDM: Quais as maiores dificuldades que você encontrou no seu país de destino?

J: Mesmo estando encantada com tudo de positivo que há em morar aqui, e tendo o privilégio de ter a minha irmã morando na mesma cidade, com certeza uma das maiores dificuldades foi achar a minha própria rede de apoio. Eu sou apaixonada por pessoas e movida por histórias, e senti muita dificuldade em encontrar pessoas abertas a terem esse tipo de relação, seja ela de amor ou amizade. O clima frio que até então era uma novidade para mim mesmo sendo paulista também me desestabilizou um pouco, confesso que acordar todos os dias, abrir a janela e ver o clima londrino cinza por longos dias me fez apreciar ainda mais o meu país.


BDM: Do que mais sente saudade no Brasil? J: Tirando a resposta clichê, amigos e família, eu sinto saudade do calor humano e da receptividade dos brasileiros. Saudade de sentar numa mesa de bar e falar pra o garçom “tudo bem amigo?”. Saudade do clima, porque mesmo em dias de chuva você tem a certeza que logo menos o sol vai estar entrando pela janela...

BDM: Quais são as coisas das quais você mais se orgulha?


Foi muito marcante, uma forma de poder retribuir e partilhar da felicidade que era estar aqui em com toda a minha família.

J: Quando eu cheguei trabalhei numa loja num bairro turístico chamado Notting hill aqui em Londres. Eu lembro que comecei ganhando £4,50 por hora, valor simbólico só para eu ter minha primeira oportunidade de trabalho.O dono da loja não era uma pessoa ruim, mas era com certeza um péssimo chefe! Eu trabalhava 10 horas por dia, 60 horas por semana, isso com vinte anos de idade. Depois de um tempo comecei a ganhar um pouco mais de £6,50 por hora, e com o salário um pouco maior, as responsabilidades também aumentaram. Era eu quem abria e fechava a loja, e que também prestava conta de todos os lucros. Mas foi com esse dinheiro suado que junto com minha irmã trouxemos minha mãe, padrasto e irmão para conhecer Londres! Foi a primeira vez que meu padrasto e irmão entraram num avião. Foi muito marcante, uma forma de poder retribuir e partilhar da felicidade que era estar aqui em com toda a minha família.



Hoje sou casada com um inglês e trabalho como secretária executiva num banco de investimentos. Também tenho um perfil no Instagram onde influencio mais de 18 mil pessoas a se aceitarem nas suas melhores versões e compartilho o meu dia a dia aqui na Inglaterra. Ter chegado aonde eu cheguei aos 25 anos me faz acreditar que posso chegar à qualquer lugar! Em cinco anos a minha vida mudou. Além de mais dinheiro, hoje também tenho mais histórias para contar, e o desejo de conquistar ainda mais.

BDM: Dicas para mulheres que pensam em sair do Brasil? J: Se é o desejo do seu coração, procure alternativas para fazer isso acontecer, não deixe que nada nem ninguém te prenda ou diga que você não pode! Não fique pensando “ e se”. E se eu eu sentir saudade da família ? E se eu me arrepender? E se eu não me adaptar? E se eu não gostar? Essas foram perguntas que com certeza a maioria de nós imigrantes também nos fizemos, e ainda sim encontramos soluções. Especialmente indo visitar nossa família e buscando o conforto de casa no nosso país - que é o que nos dá energia e combustível por mais um ano morando fora do Brasil.

A Juliana está no Instagram como @_juchurcher.

* Todas as histórias publicadas aqui são reais e oferecidas pelas entrevistadas de forma voluntária. O Brasileiras do Mundo não se responsabiliza pelo conteúdo dos depoimentos.


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