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  • Foto do escritorCamila, @BrasileirasdoMundo

Michelle Xavier, Suíça🇨🇭

Brasileiras do Mundo: Quando e por que você decidiu morar no exterior?


M: Em fevereiro de 2013 comecei a namorar um estrangeiro - ele é espanhol e tinha poucos meses na cidade de São Paulo. Quando nos conhecemos ele já vislumbrava o crescimento profissional, mas para isso precisaria mudar de país. Enquanto eu profissionalmente estava estagnada ... precisava me reinventar, fazer alguns investimentos. Era empreendedora no Brasil e os desafios eram muito grandes. Sair do país nunca foi um  sonho, mas construir uma família era um grande desejo e para isso eu precisaria deixar minha zona de conforto e viver uma nova experiência. Além deste sonho eu tinha um outro muito importante: aprender um novo idioma. Essa era minha chance. No final de setembro de 2015 eu, meu marido e quatro malas desembarcávamos em Viena ( Áustria ), cidade onde no ano seguinte tive o prazer de ganhar o maior presente da minha vida: minha filha.


O medo foi se multiplicando durante o puerpério, maternar sozinha em uma cultura diferente não é uma tarefa fácil.

BDM: Quais as maiores dificuldades que você encontrou no seu país de destino?


M: O maior desafio foi o de morar em uma cidade na qual o idioma era alemão, com uma cultura bem fechada. E eu mal sabia me comunicar em  inglês! Com um bebê recém nascido foi realmente desafiador. O medo foi se multiplicando durante o puerpério, maternar sozinha em uma cultura diferente não é uma tarefa fácil. Depois de 1 ano naquela cidade, a minha frase favorita virou "Nós ainda vamos voltar pra casa". Eu mal sabia que a casa que eu buscava estava dentro de mim!

Com o tempo comecei realmente a mudar o meu olhar e enxergar beleza na cidade. Ver como era bom poder andar na rua com a minha filha com segurança, que eu morava rodeada de verde, que algumas pessoas ajudam de verdade - e que a cultura na verdade era bem próxima da nossa! Foi aí que me abri para troca ... já estava me acostumando com a cidade quando chegou a novidade: uma proposta de trabalho na Alemanha.


Quando desembarquei na cidade de Berlin para primeira entrevista do meu marido, aquela cidade cheia de movimento, pessoas oferecendo ajuda até no transporte público, pensei: "cheguei na minha cidade!". E estava certa. Lá conheci uma rede de apoio maravilhosa.


O Mães de Berlin começou como um grupo de WhatsApp para encontrar outras mães.

Nesse grupo fiz tantas amigas! Tirei dúvidas sobre médicos, produtos de limpeza  e até mesmo as burocracias do dia a dia. Me senti acolhida.



Berlin foi a cidade onde eu consegui vencer o medo, me comunicando em um mix de inglês e alemão e seguindo adiante. 


BDM: Quais são as coisas que você mais se orgulha?


M: Ser parte dessa rede de apoio é uma das coisas que mais me orgulho. Também me orgulho bastante dessa fase na Alemanha, Berlin foi a cidade onde eu consegui

vencer o medo, me comunicando em um mix de inglês e alemão e seguindo adiante. Desde então comecei a me sentir confiante para me reinventar e de repente até voltar a empreender. Hoje vivo em Lausanne, na Suíça. Chegamos no meio da Pandemia, mas com

objetivos mais claros. Fizemos a leitura da cidade bem rápido e desta vez não foi tão desafiador, já sabíamos o que era mais importante pra gente e pra nossa família.



BDM: Dicas para mulheres que querem sair do Brasil?


Minha rede de apoio sempre foram os brasileiros - é bem importante tê-los por perto.

M: A chave do sucesso é ter os pés no chão e saber o que você está disposto a sacrificar. É importante fazer essas escolhas. É muito custoso mudar!


Para quem tem filhos, é importante entender como funciona o ensino escolar, quais os desafios que as crianças terão que enfrentar e entender que a rede pública de saúde também tem suas dificuldades.


As redes sociais também podem ajudar muito! Construir uma rede de apoio antes mesmo de sair do seu país seria um sonho! Minha rede de apoio sempre foram os brasileiros - é bem importante tê-los por perto. Por fim, pesquisar ao máximo até se sentir confiante e ir atrás do seu sonho.



* Todas as histórias publicadas aqui são reais e oferecidas pelas entrevistadas de forma voluntária. O Brasileiras do Mundo não se responsabiliza pelo conteúdo dos depoimentos.

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