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  • Foto do escritorCamila, @BrasileirasdoMundo

Julia Falci, Vancouver


Brasileiras do Mundo: Qual a sua jornada pessoal com a migração? Como e por que você veio morar no exterior?

Julia: Eu fui para Vancouver, Canada, em 2008, junto com duas colegas de faculdade. A gente conseguiu o visto Work & Holiday, que dava direito a trabalhar sem precisar estudar, e viemos passar um ano em terras canadenses. Eu tinha 21 anos na época, e a ideia era de voltar para o Brasil após esse ano de intercâmbio, mas acabei ficando. Eu conheci um rapaz canadense logo que cheguei, e ficamos juntos. As outras meninas também conheceram namorados internacionais, e uma se mudou para a Alemanha e a outra para o Reino Unido! Nenhuma retornou ao Brasil.



BDM: Qual sua jornada profissional? Em que se especializou no Brasil?

J: No Brasil eu estudei Design Gráfico, mas sendo bem sincera, nunca fui uma designer excepcional - especialmente quando me comparava com meus colegas de faculdade que eram muito talentosos. Quando me mudei para Vancouver, trabalhei com comércio durante meus primeiros 3 anos. Eu comecei como vendedora em loja de acessórios e depois em uma loja de vestuário. Dali, eu fui promovida a Assistente de Gerente, e em seguida Gerente. Eu estava empenhada em crescer para construir a famosa "experiência canadense", pois é difícil conseguir um trabalho quando não se tem referência no mercado estrangeiro. Após concluir um ano como gerente da loja, eu resolvi me demitir para focar num outro rumo profissional.


BDM: O seu atual empreendimento ou carreira foi a sua primeira escolha?


Confesso que quando fiz essa escolha eu não sabia muito bem o que me aguardava, mas fico feliz que a escolha foi certeira!

J: Saindo do mundo do comercio, eu quis dar uma pausa para entender qual seria meu próximo passo profissional, ja que eu não queria voltar para o Design Gráfico. Eu fiz vários exercícios de autoconhecimento e testes vocacionais para entender qual caminho escolher, e foi assim que escolhi o Marketing. Eu sempre tive muito gosto e aptidão para criar estratégias para ajudar negócios a crescerem. Confesso que quando fiz essa escolha eu não sabia muito bem o que me aguardava, mas fico feliz que a escolha foi certeira!


Começar uma nova carreira no exterior não foi fácil, mas por fim, deu tudo certo! Eu trabalhei como Gerente de Marketing em uma agência de intercambio brasileira com sede em Vancouver, e ali desenvolvi muito dentro do marketing digital e SEO. Isso foi há dez anos atrás, então tinha pouca gente trabalhando com isso e o mercado ainda era muito novo. Dali, eu fui para uma agência de web design, trabalhando como especialista em marketing digital. Depois de um ano e meio na agencia, meu chefe saiu e eu fui promovida a Diretora de Marketing Digital, o que foi uma grande conquista na minha carreira. Por fim, sai da agência para trabalhar em uma start-up de tecnologia - a empresa tinha um software de gerenciamento de eventos. Fiquei ali por mais 4 anos para então me demitir e focar 100% no meu próprio negócio, como Consultora de Marketing & Business Coach, focando em trabalhar com mulheres que querem começar ou crescer seus negócios.




BDM: Quais os principais desafios que você encontrou na nova profissão?

Qualquer hora vaga eu estava trabalhando no meu negócio, o que muitas vezes ia até tarde da noite.

J: Olha, essa história que eu contei parece que foi bem linear, mas a realidade foi bem mais dura! Acho que um dos maiores desafios que eu vivi (e vivo) com o empreendedorismo diz respeito a saúde mental. Empreender não é fácil.


Quando eu trabalhava na agência foi que eu comecei a cogitar o empreendedorismo. Eu comecei com um side-hustle, como a gente chama, trabalhando em horário integral para uma empresa, enquanto construo meu próprio negócio nas horas vagas. Eu estava bem empenhada em fazer isso acontecer, e entrei numa fase completamente workaholic. Eu acordava mais cedo para sair da agência mais cedo, e começava o expediente às 7 da manhã. Qualquer hora vaga eu estava trabalhando no meu negócio, o que muitas vezes ia até tarde da noite. Como se não fosse o suficiente, eu recebi uma proposta para dar aula de Gerenciamento de Mídias Sociais em uma Universidade local e aceitei. Eu dava aula duas vezes por semana entre às18h e 21h. Os dias eram longos e com tanto trabalho eu não tinha tempo para me alimentar muito bem e nem fazer atividades físicas. Eu só trabalhava.


Quando eu finalmente senti confiança em me demitir para seguir com meu negócio, eu percebi que estava adoecida. Eu me demiti de fato, e estava pronta para levar o negócio pra frente, mas eu percebi que estava tendo crises de ansiedade, com a minha saúde mental completamente ignorada. Eu tive um burnout. Acabou que eu recebi uma proposta para trabalhar naquela start-up logo depois que me demiti da agência, então eu aceitei a proposta e deixei o sonho de empreender de lado.


Hoje, olhando pra trás, vejo que esse "soluço" na minha carreira foi importante para eu ter o approach que eu tenho hoje.

Tive que focar o ano seguinte inteirinho na minha saúde, e foi o que fiz. Mas o bichinho do empreendedorismo me picou! E comecei a me sentir inquieta novamente. Em 2019 eu retomei os projetos, mas sempre tentando manter o equilíbrio, sem negligenciar minha saúde. Hoje eu entendo que nossa saude (física, mental e emocional) vem sempre em primeiro lugar. Voltei com meu projeto, dessa vez mais madura, e também em um formato diferente: antes eu trabalhava mais como freelancer na area de marketing digital, e agora eu foco mais na parte estratégica (versus implementação) e também trabalho com a parte emocional de se ter um negócio.


Hoje, olhando pra trás, vejo que esse "soluço" na minha carreira foi importante para eu ter o approach que eu tenho hoje. Antes eu tinha um pensamento de que temos que trabalhar muito para conquistar o que queremos, que o trabalho dignifica o homem. Hoje eu tenho outra visão, e eu me considero uma Business Coach melhor para as minhas clientes com essa mentalidade que eu tenho hoje.





5. Dicas para mulheres brasileiras que pensam em empreender ou mudar de carreira no exterior:

A gente tem muita vida pela frente para fazer algo que a gente não gosta. A maioria de nós ainda tem mais 20, 30 anos de carreira pela frente. Temos tempo suficiente para mudar de carreira, para abrir um negócio, para sermos experts em uma área completamente diferente. Pense em quanta coisa você construiu nos últimos 10 anos, e quanto mais você pode construir! Acredite em você, se cerque de pessoas que te inspiram, e vá em frente!


A Julia oferece consultoria e coaching individual e em grupo para mulheres que querem começar a empreender, ou mulheres que ja tem um negócio e precisam de ajuda para crescer. Para agendar uma consulta gratuita é só visitar site dela. Mais sobre seus programas no instagram @JuliaFalci.


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