Brasileiras do Mundo: Quando e por que você decidiu morar no exterior? Andressa: Formada em uma faculdade pública no curso de Comércio Exterior no Brasil, consegui trabalho na área logo cedo com 18 anos, durante o meu primeiro ano na faculdade. Entrei como estagiária numa empresa de grande nome na área do Comex em Santos, São Paulo (minha cidade natal). Adorava o trabalho, as pessoas ao meu redor, a correria do dia-a-dia e aquela rotina clássica de escritório. Me sentia já "super" adulta. Fui efetivada na mesma empresa, e nela continuei por longos quatro anos e nove meses. Consegui economizar um bom dinheiro, e em 2017 decidi investir em um intercâmbio para aprimorar o meu inglês, que ja era nível intermediário na época.
E lá estava eu, sozinha, solteira, com 22 anos, embarcando em uma aventura durante um mês (férias do meu trabalho no Brasil) para me encontrar no num país diferente: Canadá.O orgulho de mim mesma por conseguir bancar uma viagem dessas se exaltava na ansiedade de conhecer e explorar o desconhecido, o lugar novo.
O meu intercâmbio em Toronto, no Canadá foi o real motivo de eu ter decidido morar no exterior.
Conheci pessoas do mundo todo, numa cidade que não dorme e não para, num país que funciona, tem uma estrutura e segurança absurda e é justo com seus habitantes. Ali me surpreendi muito e abri minha mente. Eu entendi que sim! É possível sim imigrar, estudar, ter uma vida justa e digna fora do Brasil. Foi totalmente incrível toda essa experiência nesses 30 dias morando no desconhecido.O meu intercâmbio em Toronto, no Canadá foi o real motivo de eu ter decidido morar no exterior.
Eu tive aquela sensação de tristeza ao retornar ao Brasil depois de um mês morando no paraíso, depois de enxergar outro mundo, outra língua, outra cultura. O Brasil tem seus problemas e desde que nasci as coisas continuam as mesmas, e isso me motivava a ir embora definitivamente. O sonho de morar fora começou ali, quando voltei do Canadá.
E dali tracei minhas metas e planos, para conseguir ir atrás do sonho. Com isso, finalmente escolhi a Nova Zelândia como destino, onde atualmente moro.
BDM: Quais as maiores dificuldades que você encontrou no seu país de destino?
A: O sotaque da língua inglesa aqui na Nova Zelândia. Mesmo sabendo falar inglês, entender os nativos aqui nos primeiros meses foi complicado. Estar acostumada com apenas um tipo de sotaque (famoso inglês americano), dificultou meus primeiros meses aqui, muitas vezes eu tinha vergonha de pedir para as pessoas repetirem o que falaram.
Porém, era questão de adaptação, hoje depois de um ano morando aqui já entendo 100% o sotaque dos Kiwis (nome popular de como chamamos os neozelandenses daqui).
BDM: Quais são as coisas das quais você mais se orgulha?
A: Não ter dependido financeiramente de ninguém para ir atrás do meu sonho. Sempre estive em dia com minhas economias, desde quando comecei a trabalhar no Brasil. Com isso, consegui alcançar meus objetivos, com o intercâmbio de um mês no Canadá até o preparo de me mudar definitivamente para outro país.
Vale ressaltar também que o suporte dos meus pais durante minha época de colégio particular no Brasil foi essencial para ter conseguido cursar uma faculdade pública brasileira, o que me levou ao estágio, trabalho, podendo juntar todas as minhas economias, nas quais investi no intercâmbio e em meu sonho de morar fora.
Também me orgulho de ter conseguido trabalho na primeira semana quando cheguei na Nova Zelândia! Eu tive um desespero absurdo de não querer gastar as minhas economias (que trouxe do Brasil) para me sustentar aqui, então fui atrás de emprego logo nos primeiros dias. E consegui! Como já sabia falar inglês, meu primeiro emprego aqui foi em uma loja, e por incrível que pareça tamanha coincidência, foi na loja das Havaianas daqui de Auckland.
BDM: Três dicas para mulheres que pensam em sair do Brasil?
A: 1. Investir em vocês mesmas, seja em curso de inglês ou outra língua, estudar bastante, isso vai fazer uma grande diferença para quando chegar no seu país dos sonhos. Planejamento é a palavra!
2. Não tenha medo do desconhecido. Você é mulher, humana, igual as outras mulheres, assim como a gringa que mora no país que você sonha. Diferenças e preconceitos existem sim, mas nós mulheres imigrantes estamos aqui para acabar com isso.
3. Nunca desista do seu sonho, não importa qual seja. Priorize suas vontades, seus objetivos, a vida é sua e só depende de você para conseguir realizar o seu sonho. * Todas as histórias publicadas aqui são reais e oferecidas pelas entrevistadas de forma voluntária. O Brasileiras do Mundo não se responsabiliza pelo conteúdo dos depoimentos.
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